sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Os Precoces


Em todo lugar que você vá, parece sempre haver uma criança prodígio. Você liga a TV, e vê um destes pirralhos fazendo alguma coisa fantástica, como ter decorado todas as bandeiras dos países, entrevistar pessoas melhor que a Luciana Gimenez (não que seja difícil, mas...), ou ter inventado a máquina do tempo aos oito anos de idade (tá, isto já foi exagero).
Fato é que, há algum tempo (não sei quanto, mas não deve ser secular) os anjinhos têm se mostrado cada vez mais precoces. Os desenhos animados são cada vez mais violentos, e com piadas cada vez mais ácidas; os brinquedos parecem atender às necessidades de um adolescente (talvez sejam mini adolescentes mesmo); o vocabulário cada vez mais complexo, e cheio de palavrões e gírias; e a liberdade (talvez liberalismo).
As coisas andam confusas, os conceitos da educação dos filhos, o respeitar o espaço alheio, tudo anda muito desorientado. As pessoas parecem estar se adaptando a uma "vida sem receita" com passos muito lentos, e demonstram isto claramente na educação dos filhos. A verdadeira mãe deles talvez seja a televisão, e o pai, o Bob Esponja.
Vá para o supermercado, e veja um exemplo de tudo isto que estou falando. Os pimpolhos gritando pelos brinquedos, doces e quaisquer porcarias que tenham a cara do personagem preferido (claro, sem citar todas as outras situações que acontecem neste ambiente familiar) e as mamães e papais totalmente perdidos, sem saber se dão a famosa palmadinha, com medo de represálias por parte das velhinhas politicamente corretas, ou se berram com a criança, e acabam agindo da forma mais conveniente, e dão as tranqueiras que o júnior quer. Deve haver até pais endividados por aí, com as despesas do filho. Os pequenos são espertos, percebem a fraqueza de seus bondosos genitores, e repetem todas estas peripécias sempre que querem alguma coisa (isto se repete por muito tempo, por exemplo, aos dezesseis anos o filhinho pede o carro, mamãe dá (e depois é indiciada como cúmplice de homicídio culposo), ou quando a princesinha do papai engravida (e adivinhe quem vai criar a criança...)).
E pensar que tem gente que faz até tratamento pra ter filho, fora as inseminações artificiais, barrigas de aluguel e afins.
Bem, mas viva a infância! (Principalmente aquela das periferias e interiores, que ainda tem rastros das palmadas, berros, e esconde-esconde)

Um comentário:

o Cronista disse...

sim, devo confessar que as crianças são mais precoces.
há mães com 14 anos e assassinos com 10.