terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Um (quase) manifesto utópico


"Independência ou morte!"
Nada melhor que começar com uma grande frase de efeito, ou, melhor ainda, uma frase histórica de efeito! Uma frase que, em sua totalidade, é utópica. Mal sabia Dom Pedro, do alto de seu jegue, burrico, jumento,
mula, ou qualquer que fosse seu equino no momento, que sua frase era
a própria utopia. Explico.
A frase em si é utópica, a nossa visão sobre a cena é utópica, o ideal de liberdade e independência também é utópico, e,  além disto, como toda boa utopia, não deu totalmente certo e se estagnou em nossa memória como o quê!? Uma grande utopia.
Ela mesmo, a utopia, aquela ridicularizada pelos realistas, ignorada pelos mundanos, aceita pelos comuns (desde que dê resultados), aplaudida pelos revolucionários, e entronizada pelos sonhadores.
Difícil escrever sobre tal tema sem ser parcial, já que eu mesmo sou utópico, e adianto que não gosto da idéia de tudo permanecer como é, e é a utopia que faz as coisas se movimentarem.
Quanta coisa não teria estagnado se não fosse a idéia "maluca" de alguém?
Quem sabe se o homem tivesse se conformado com o fato de não ter asas ou nadadeiras teríamos máquinas tão incríveis de locomoção pelos ares e mares.
Se Niemeyer não tivesse se aliado à utopia comunista, quem sabe se teria feito obras tão belas e pendurado no mundo?
Aí está a beleza da utopia. É como se lançar às cegas sobre um abismo nunca antes explorado, tentando alcançar a solução para algo que jamais havia sido colocado em prática daquela maneira, e isto é mais que um devaneio, um egoísmo, uma luxúria, é como se comprometer com uma idéia de tal modo que nada feito antes faça mais sentido, mesmo que, uma vez aplicada, resulte no desastre mais absurdo e absoluto. E quem renega a utopia renega a poesia, a música, a pintura, a arquitetura, renega o amor, já que nenhum destes sobrevive ou sobreviverá sem a utopia. Poesia sem utopia é prosa, música sem ela é som, pintura se faz tela, escultura um objeto, arquitetura é engenharia, e amor, vira casamento arranjado.
Sem ela não há avanço, não há tecnologia, e, pra não acabar com o clima de exaltação absoluta, encerro, claro, com outra frase de efeito, como a outra, com os mesmos defeitos, e que resume a própria utopia: "Viva a revolução!"

2 comentários:

Anônimo disse...

Sim, de certa forma a utopia é o "combustível para o avanço"!

Gostei do texto, sr. utópico.

o Cronista disse...

hummm. filosofou!
de fato a utopia é o combustivel que alimenta o sonhos.
como diz cecilia: a liberdade (ou a utopia) é uma palavra q o sonho humando alimenta, ninguem há q explique, ninguem que nom entenda!